terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jovens anos 80 !

A moda e os cortes de cabelo eram de gostos duvidosos. Mas a música, o cinema, osvideogames e a globalização da cultura popfazem dos anos 80 uma época nostálgica, até mesmo para quem não vivenciou aqueles tempos. Para os jovens brasileiros, a década trouxe ainda um clima de liberdade, conquistada com o final do período da ditadura militar (1964-1985) e o processo de redemocratização do país.

B 52s
Reprodução
O B-52's foi um autêntico representante do visual
e da sonoridade da new wave dos anos 80

No campo da música jovem, nunca o rock foi tão diversificado nem se confundiu tanto com o gênero pop, como nos anos 80. Tanto lá fora como aqui. Os sucessos iam do new wave de Talking Heads e B-52’s ao gótico de Siouxsie & The Banshees e The Cure, passando pelo rock alternativo de The Smiths e U2, o eletrônico de New Order e Depeche Mode e o pop-rock brasileiro de Legião UrbanaParalamas do Sucesso e Titãs. Já a música popreinava nas vendagens e na parada de sucesso comandada pelos fenômenos Michael Jackson e Madonna.
Transformers
Reprodução
Nostalgia dos anos 80: "Transformers", sucesso televisivo na época, voltou em 2005 desta vez no cinema
No cinema, a hegemonia dos filmes teens rendeu “clássicos” como “Curtindo a Vida Adoidado” (dir. John Hughes, 1986) e “A Garota de Rosa-Shocking” (dir. Howard Deutch, 1986), além das seqüências arrasa-quarteirões de Indiana Jones, “Guerra nas Estrelas” e “De Volta para o Futuro”. Apesar dos sucessos do cinema, o entretenimento nos anos 80 foi cada vez mais para dentro das residências. Graças à popularização da tecnologia digital, com os CDs, os videocassetes, os computadores pessoais e os videogames, que iniciaram uma nova era e uma nova tendência da cultura jovem.
Mas nem tudo foi diversão. O avanço da Aids potencializou preconceitos e intolerâncias, a ascensão de uma mentalidade ultraliberal na economia foi comandada pelos governos conservadores de Ronald Reagan nos EUA e Margaret Thatcher no Reino Unido e a Guerra Friamanteve a paranóia do holocausto nuclear. A juventude passou a ser um valor dominante e todos saíram em busca dela. Parte dos adolescentes aderiu aos princípios da “geração saúde” e muitos dos adultos passaram a tentar aparentar e se comportar como jovens.

Conheça nas páginas a seguir um pouco mais sobre a cultura e o comportamento jovem nos anos 80.

De volta aos anos 80
Para tentar reviver as emoções e o clima dos anos 80, há toda uma produção cultural nostálgica. Do retorno e relançamento de grupos musicais (The Police, Capital Inicial, Ira!) à transformação em filme de séries televisivas (Miami Vice, Transformers), que fizeram sucesso naqueles tempos, a nostalgia pela década de 80 atingiu também aos mais jovens, pessoas que sequer tinham nascido naquele momento. Nas pistas de clubes noturnos, saudosistas e novas gerações têm dançado ao som de sucessos daquela década, assistido com um interesse antropológico aos primeiros videoclipes da era MTV e tentado se divertir com os videogames “clássicos” do Atari. Visionariamente, o fenômeno da nostalgia pelos anos 80 foi previsto num dos grandes sucessos do cinema da época. O filme “De Volta Para o Futuro 2” (dir. Robert Zemeckis, 1989) traz uma cena em que o personagem interpretado por Michael J. Fox, após viajar no tempo de 1985 para 2015, entra em um bar temático sobre os anos 80, que faz sucesso com objetos daquela década e toca hits oitentistas de Michael Jackson.

 
 









A música jovem nos anos 80

A herança do punk, uma música eletrônica emergente e a ascensão comercial da canção pop foram os ingredientes que levaram a uma diversidade de estilos inédita na história da música jovem. No rock, a fase pós-punk trouxe a modernidade da new wave, um dançante rock eletrônico e novas variações do heavy metal, que iam do melódico aos rápidos riffs de guitarras do trash metal.

Madonna
Reprodução
Madonna virou um dos fenômenos da cultura pop
nos anos 80 com sucessos como "Like a Virgin" e "Material Girl"

No estilo pop, uma versão mais adocicada e suave do rock, Michael Jackson e Madonna reinaram. Seus sucessos traziam a influência da black music, da nascente cultura hip hop, ecos da disco music do final dos anos 70 e uma pitada de rock também. Aliás, a aproximação entre pop e rock ficou evidente em vários estilos de sucesso nos anos 80. A new wave, apesar de ser uma descendente direta do movimento punk, mostrou-se uma versão mais palatável comercialmente. Bandas como Talking Heads, B-52’s, Blondie, The Police e Devo misturaram elementos essenciais do punk com influências de estilos mais sofisticados e dançantes, como reggae, disco music e música eletrônica. Além da new wave, as influências da música eletrônica alcançaram grupos que fizeram um rock mais dançante, como as canções românticas do Duran Duran e Culture Club ou o pop-rock eletrônico de Soft Cell, Depeche Mode e New Order.
Pet Shop Boys
Reprodução
O pop eletrônico do Pet Shop Boys
foi um dos gêneros de sucesso dos anos 80
Mesmo gêneros mais radicais como o hard rock e o heavy metal tiveram uma fase mais pop nos anos 80. Com um som mais “suave”, grupos como Bon Jovi, Van Halen e Poison emplacaram uma mistura de rocks e baladas sentimentais calcados em um visual influenciado pelo glam rock dos anos 70. Distantes da influência pop, outras bandas, como Anthrax e Metallica, radicalizaram para uma sonoridade mais acelerada e pesada.
RPM
Reprodução
O pop-rock brasileiro teve
fenômenos de vendagem
como o grupo RPM
No Brasil, a renovação da música jovem ocupou o espaço da MPB e dos herdeiros da Tropicália, gêneros que há tempos não faziam canções que expressassem a realidade e os sentimentos de boa parte da juventude. Novos grupos inspirados pelas estéticas do pop-rock que faziam sucesso lá fora surgiram em São Paulo, Rio, Brasília, Porto Alegre e Salvador. O clima de redemocratização ajudou nesse processo. Com mais liberdade de expressão e uma atmosfera de renovação cultural, nasceram bandas como Legião UrbanaTitãs,Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Capital Inicial e Ira!, que revelaram novos e talentosos compositores do pop-rock brasileiro como Cazuza, Renato Russo e Arnaldo Antunes.

O sucesso da música jovem dos anos 80 sobreviveu na nostalgia dos adultos que curtiram aquela época ou na curiosidade dos jovens que não a vivenciaram. Mas, o principal mérito daquelas canções, comprovada pelas regravações de músicas e redescoberta de artistas dos anos 80, é que tanto o pop-rock nacional como o internacional produziram um repertório de canções que continuaram a se identificar com o sentimento das gerações que vieram a seguir.

U2
Reprodução
U2: uma das bandas que surge nos anos 80 e
manteve-se nas paradas de sucesso nas décadas seguintes
  
Sucesso garantido
São várias as vertentes do fenômeno nostálgico pela década de 80. Há o saudosismo visto em festas promovidas por danceterias que reservam determinadas noites para tocar os hits da época. Tem uma produção cultural inovadora carregada de nítidas influências da estética oitentista. Grupos como Franz Ferdinand, Interpol e Bloc Party,revelam sonoridades influenciadas por Talking Heads, Joy Division e The Cure. Mas, há também uma vertente liderada por grandes gravadoras e estúdios de cinema que procura apostar naquilo que já fez sucesso e que, provavelmente, trará lucro certo. Daí o relançamento ou o ressuscitar de bandas que estouraram nos anos 80, mas estavam no ostracismo ou tinham acabado, e a filmagem de títulos de séries de televisão famosas na época.
 










Anos 80: a era do cinema para adolescentes

Em “Negócio Arriscado” (dir. Paul Brickman, 1983), Tom Cruise interpreta um jovem estudante que aproveita uma viagem dos pais não só para passear noPorsche da família como também para transformar sua casa em um bordel e faturar metade dos rendimentos das garotas de programa. O filme é emblemático dos valores que a década trouxe. Uma juventude mais pragmática e menos ideológica, que faz da busca por sexo e dinheiro um ideal de vida sem nenhum constrangimento.

De volta para o futuro
Imagem cedida por Amazon.com
A trilogia "De Volta Para o Futuro" dirigida por Robert Zemeckis,
foi um dos grandes sucessos do cinema jovem nos anos 80

Além disso, surgia um novo astro do cinema teen. Tom Cruise iria se consagrar definitivamente alguns anos depois como o personagem Maverick em “Top Gun – Ases Indomáveis” (dir. Tony Scott, 1986). Na galeria de imagens clássicas dos anos 80, não pode faltar a do piloto de caça da Marinha norte-americana, com seus óculos escuros e jaqueta de couro, em cima de uma moto Kawasaki Ninja 900. Também não pode faltar na trilha sonora da década o hit “Take My Breath Away”, que é o tema romântico de Maverick e da instrutora Charlotte "Charlie" Blackwood, interpretada por Kelly McGillis.

Outro sucesso que simboliza o espírito da década e mostra a força do cinema teen foi “Curtindo a Vida Adoidado” (dir. John Hughes, 1986). Mathew Broderick interpreta o adolescente Ferrys Bueller, que mata um dia de aula para vivê-lo como se fosse o último de sua vida. A bordo de uma Ferrari anos 60 e acompanhado do melhor amigo e da namorada, o dia de Ferrys é de pura diversão. No mesmo ano, o diretor John Hughes faria outro sucesso do cinema teen: “A Garota de Rosa-Shocking”. A história de uma garota pobre que se apaixona por um jovem rico retratou a moda e o comportamento adolescente da década, com uma trilha sonora que incluía sucessos de New Order e Echo & The Bunnymen.
Blade Runner dvd
Reprodução
"Blade Runner" lançado em 1982
inaugurou uma nova fase da
ficção científica no cinema
A era do cinema para adolescentes que foi os anos 80 trouxe as superproduções de Steven Spielberg, Robert Zemeckis e George Lucas. A saga do arqueólogo, aventureiro e professor nas horas vagas Indiana Jones teve os três primeiros episódios na década: “Os Caçadores da Arca Perdida” (1981), “O Templo da Perdição” (1984) e “A Última Cruzada” (1989). As idas e vindas no tempo de Marty McFly e do cientista Emmett Brown em “De Volta Para o Futuro” aconteceram entre 1985 e 1990. “Guerras nas Estrelas” também ajudou a consolidar a hegemonia do cinema teen na década com as seqüências “O Império Contra-Ataca” (1980) e “O Retorno do Jedi” (1983). No começo da década, dois clássicos de Francis Ford Coppola – “Vidas Sem Rumo” (1982) e “Rumble Fish” (1983) – abordaram os dramas da adolescência e lançaram uma nova geração de jovens atores como Tom Cruise, Ralph Macchio, Emílio Estevez, Matt Dillon, Nicholas Cage e Rob Lowe.

Mas nem só de cinema para adolescentes foi feita a década. Muito pelo contrário. A produção de filmes cultuados pelos estúdios de Hollywood nunca esteve tão em alta. “Blade Runner – O Caçador de Andróides” (dir. Ridley Scott, 1982) mudaria o rumo das ficções científicas nas telonas. O diretor Brian de Palma lançaria dois clássicos do cinema contemporâneo: “Scarface” (1983) e “Os Intocáveis” (1989). A onda dos mangás começaria a conquistar o mundo com a animação meio cibernética meio punk “Akira” (dir. Katsuhiro Otomo, 1988). David Lynch com “Veludo Azul” (1986), Spike Lee com “Faça as Coisas Certas” (1989) e Jim Jarmusch com “Stranger Than Paradise" (1982) e “Down By Law” (1983) mostraram a força de um cinema independente e alternativo aos padrões hollywoodianos.

No Brasil, na onda do novo pop-rock brasileiro surge também um cinema focado no público adolescente. Produções como “Menino do Rio” (dir. Antônio Calmon, 1981) e “Rock Estrela” (dir. Lael Rodrigues, 1986) revelaram o estilo de vida da juventude carioca, embalados pelos sucessos da nova música jovem no país.













Comportamento e moda jovem nos anos 80

A ascensão do pop e o renascimento do rock após o punk contribuíram para a propagação de visuais e comportamentos que caracterizariam a década de 80. Os cabelos estilo mullet, usados pelos cantores e músicos, e a predominância na moda das cores cítricas e das ombreiras, derivados da estética da new wave, um dos subgêneros do pop-rock oitentista, são exemplos dessas características visuais que diferenciaram os anos 80, da mesma forma que os topetes com brilhantina, as lambretas e as jaquetas de couro caracterizaram os anos 50.

Com o advento da “geração saúde”, o culto ao corpo e à juventude se tornou uma das manias da época. Não só a cultura das academias de ginástica, mas também o uso de peças de roupas esportivas entraram namoda. A sobreposição de peças no vestuário feminino ganhou as ruas, popularizada principalmente pelo visual de Madonna.

Mas não foi só o visual do jovem que mudou. Logo no começo daquela década, novas tecnologias de comunicação e de entretenimento mudaram estilos de vida e formas de fazer negócios e aproximaram culturas. Essas inovações tecnológicas, junto principalmente com a música, a moda e o cinema, ajudaram a cultura pop a se consolidar como um fenômeno global e dominante a partir dos anos 80.
Harrison Ford
Reprodução
O ator Harrison Ford em cena do filme "Blade Runner": ícones dos anos 80
Dez ícones dos anos 80
Mullets: corte de cabelo da moda foi usado pelos principais pop stars da década na música e no cinema. Dos integrantes da banda britânica Duran Duran à nova geração de jovens atores que surgiram, o corte de cabelo curto na frente e nos lados e comprido atrás virou uma febre. Inspirado no visual do personagem do glam rock Ziggy Stardust de David Bowie dos anos 70, o mullet virou moda e se tornou umas das marcas registradas dos anos 80.

Miami Vice: o seriado inovou ao mostrar consumo e tráfico de drogas, badalação, violência, sensualidade e um novo tipo de policial, elegante e que andava de Ferrari pelas ruas de Miami. O sucesso da dupla de detetives Sonny Crocket e Ricardo Rico, interpretados pelos atores Don Johnson e Philip Michael Thomas, foi de 1984 a 1990. Em 2006, o diretor Michael Mann fez uma versão para o cinema que atualizou as aventuras e a atmosfera da época.

Harrison Ford: ele foi o ator principal de alguns dos mais importantes filmes da década. Para começar fez o papel de Indiana Jones, o mais famoso arqueólogo da história do cinema. Participou também como um dos protagonistas da saga espacial de “Guerra nas Estrelas” como o sarcástico Hans Solo. Simbolizou a revolução nas ficções científicas como o caçador de andróides em “Blade Runner”. Como se não bastasse, estreou outros sucessos da década como “Busca Frenética” (dir. Roman Polanski, 1988), “Uma Secretária de Futuro” (dir. Mike Nichols, 1988) e “A Testemunha” (dir. Peter Weir, 1985).

Legião Urbana: o grupo tendo o compositor e vocalista Renato Russo à frente foi uma das melhores bandas do pop-rock brasileiro dos anos 80 e deixou como legado uma série de canções que viraram clássicos para várias gerações. O poder de expressar os sentimentos da juventude está presente em sucessos como “Será”, “Tempo Perdido”, “Eu Sei”, “Há Tempos”, “Pais e Filhos” e “Meninos e Meninas”, entre outros.

Atari: um dos videogames pioneiros chegou oficialmente ao Brasil em 1983, seis anos pós ser lançado nos Estados Unidos. Com seus jogos “clássicos” como “Space Invaders”, “Donkey Kong”, “Defender” e “Mario Bros” virou uma mania e é um dos itens mais cultuados pelos saudosos dos anos 80.

The Smiths: o grupo britânico da fase pós-punk teve uma curta existência (1982 a 1987), mas um sucesso enorme e duradouro. Com versos que revelaram Steven Morrissey como um dos mais sensíveis e brilhantes letristas da canção pop e uma música inovadora e dançante, o grupo se firmou no panteão das melhores bandas de todos os tempos, graças a canções como “There Is a Light That Never Goes Out”, “How Soon Is Now” e “This Charming Man”.

De Volta Para o Futuro: a trilogia que tornou Michael J. Fox um astro, no papel do adolescente Marty McFly que viaja para o passado e para o futuro na tentativa de melhorar sua família, é uma coletânea de símbolos dos anos 80: da moda dos tênis Nike ao carro DeLorean DMC-12, da onda do skate ao sucesso da canção “Power of Love”, de Huey Lewis and The News.

New Wave: o gênero nasceu no final dos anos 70 como uma versão mais palatável musical e visualmente do punk. Mas é no começo dos anos 80 que a moda “new wave” toma conta do gosto de parte dos jovens brasileiros. As primeiras bandas do novo pop-rock nacional exploraram os fundamentos estéticos da new wave tanto em suas canções como em suas performances. Bandas como Blitz, Titãs, Gang 90 e Absurdettes, Magazine e Kid Abelha & OS Abóboras Selvagens, entre outros, foram exemplos disso.

Boy Bands: apesar de existirem desde os primórdios da canção pop, foi nos anos 80 que houve uma explosão de boy bands, grupos vocais com visual caprichado, canções grudentas e talento discutível. Na safra oitentista estavam Menudos, New Kids on The Block, Polegar e Dominó.

He-Man: os desenhos animados ganharam novas linguagens na década de 80, como o desenho dos personagens animados sobre o movimento de atores de verdade. Entre os principais sucessos da animação na televisão estavam “He-Man e os Defensores do Universo”, um super-herói que vive num mundo mágico, meio medieval meio futurístico, que enfrenta o vilão Esqueleto para proteger o castelo de Grayskull. “Thundercats”, "Transformers" e “Comandos em Ação” foram outros desenhos de sucesso da época.




Jovens anos 70 !

Como era ser jovem nos anos 70


Excursão de jovens epitacianos em Presidente Prudente. "Patota" reunida na avenida Presidente Vargas, provavelmente em frente ao Haiti.


No início dos anos 1970 não existia internet, DVD, nem celular. Mas os jovens eram todos modernos e avançados para a época. A vida tinha um ritmo muito diferente de hoje e eles, apesar da ousadia e até das loucuras hippies, tinham uma rotina muito estranha aos dias de hoje. Nas cidades do interior esse ritmo era muito mais lento e os dias, as semanas, os meses e os anos demoravam muito para passar. Nas ruas, os carros e caminhões eram raros. As bicicletas circulavam aqui e ali sem causar transtornos no trânsito. O comércio não era agitado e nem dava sinais de desespero com infinitas liquidações. Não havia multidões. As lojas e os bancos eram monótonos e repletos de funcionários. Os correios eram muito freqüentados e as caixas postais estavam sempre cheias de envelopes contendo alguma novidade. As cartas demoravam muito para ir e voltar. Havia também um silêncio típico das localidades distantes dos grandes centros urbanos e a ausência da infinidade de barulhos que existem hoje. Em Epitácio os dias eram longos para quem trabalhava e interminável para quem não fazia nada. Mesmo depois de ir ao colégio e fazer suas obrigações diárias, como ir ao curso de datilografia ou corte-costura, o jovem tinha muito tempo de sobra para pensar no que iria fazer nas horas vagas. O período livre, geralmente à tarde, era talvez o mais duradouro. Logo após o almoço estabelecia-se um clima de “siesta”, um sol de rachar mamona e ninguém nas ruas. As varandas e as árvores acolhiam toda essa preguiça, sem culpa, em cadeiras de fio de nylon ou em velhas redes, até que alguém tivesse uma idéia do que fazer tarde a dentro. Os canais de TV não eram muitos e a programação também não tinha muitas opções. O rádio era muito chato, não havia FMs, e já era considerado coisa do passado. Era ainda uma época em que a leitura de livros, almanaques, enciclopédias e revistas era a melhor forma de obter informações. Os telefones não tocavam como hoje e muito menos com tanta freqüência. Para fazer um contato era necessário pedir uma ligação para a funcionária que ficava de plantão no posto telefônico. Ela dizia: “Telefonista”! E a gente pedia: “288, por favor” ou então “349”, numa época em que os aparelhos de plástico colorido já estavam se popularizando. Se ninguém ligasse ou não aparecesse para bater papo a solução era colocar uma bermuda Lee com a barra desfiada, uma camiseta básica, calçar um keds e procurar alguém ou a turma. Se juntassem duas ou três pessoas, logo os outros iam chegando e formavam-se as “patotas”, como essas das fotografias. Uns estavam na avenida Presidente Vargas, provavelmente em frente ao Haiti, bar e restaurante que marcou época no final dos anos 60 e início dos 70. Seria um sábado , um domingo ou uma daquelas quartas-feiras inconseqüentes, sem nada pra fazer? Outros estavam no Figueiral, num Baile da Filarmônica ou na Epitaciana, ou então em alguma divertida excursão para uma cidade próxima. São rostos conhecidos e facilmente reconhecidos. Bom seria se pudéssemos contar a trajetória de cada um deles: quem eram, os que estavam planejando ser, que sonhos tinham em mente, o que aconteceu com cada um deles e por onde andam.
Amigos na praia formada em frete ao antigo Parque Figueiral

Jovens epitacianos num baile na Sociedade Filarmônica 27 de março. Fotos Míriam P. Romero.




A década de 70 estourou alguns movimentos que já estavam em prática nos anos 60. Um deles foi o chamado rock progressivo, que tinha composições de até 15 minutos, muitas vezes se aproximando da música erudita. Os músicos eram virtuoses, e o som, viajante. A banda mais famosa dessa época foi a Pink Floyd, que, no começo, tinha como letrista e guitarrista o insano Syd Barret, que logo foi afastado por causa das drogas. O Pink Floyd ficou famoso com álbuns como The Dark Side of The Moon e The Wall. Numa onda mais progressiva e menos pop, estavam bandas como King Crimson, Gênesis, Emerson Lake and Palmer, Yes e Love.

Com um estilo completamente diferente, no qual tocar não era o mais importante e sim a atitude e a energia que se colocavam na música, estavam os Stoogues de Iggy Pop, que já traziam a semente do punk. Iggy Pop era o anti-herói do rock: franzino e mal-encarado. Xingava a platéia e cortava-se todo no palco, ficando coberto de sangue. As drogas estavam lá, claro. E pesadas. A banda formou-se em 67, em Michigan, e só gravou três álbuns.

Outra vertente do rock dos anos 70 foi o chamado heavy metal ou sua quase alma gêmea: o hard rock. Aqui, roupas de couro pretas, cheias de tachinhas, cabelos compridos e guitarristas metidos a semideuses. Muitas bandas exploravam o tema do satanismo, o que arregimentava uma legião de fãs adolescentes. Foi daí que surgiram o Black Sabbath, de Ozzy Osbourne, Judas Priest, Scorpions, Iron Maiden, Kiss, Alice Cooper, AC/DC e muitos outros. O Led Zeppelin também trafegava nessa praia, com um pouco mais de poesia, o que traria uma das boas parcerias do rock: Robert Plant e Jimmy Page.

De outro lado, surgia um rock glamuroso em que a androginia era parte do visual, que carregava na maquiagem e nas roupas espalhafatosas de plumas e lamês. Era o glam rock ou glitter (purpurina). Aqui, aparece o camaleão do rock: David Bowie, que, em 72, lançava o personagem Ziggy Stardust e virava uma lenda da música pop. Dessa leva glam, também vem o excêntrico Roxy Music, de Brian Ferry e Brian Eno; o T-Rex, de Marc Bolan, e os alucinados rapazes do New York Dolls, que se vestiam de mulher e tocavam como loucos. Fizeram a fama, com outros artistas (Patti Smith, Television, Richard Hell), do santuário do punk de Nova Iorque: O CBGB. Dali, também, saiu a turma dos Ramones, que pode ser considerada a primeira banda punk da história e fazia um som pesado e rápido, na base dos três acordes.

Na Inglaterra, em 75, Malcom Maclaren, que já tinha sido empresário dos Dolls e era dono de uma loja de roupas que mais parecia um sex shop, forma a banda que seria um dos maiores fenômenos da história do rock: os Sex Pistols. Estava criada a base do movimento punk. Logo, camisetas rasgadas, alfinetes de segurança, cabelos coloridos, arrepiados ou ao estilo índio moicano eram a moda dos rebeldes londrinos. Os shows dos Pistols eram uma loucura, assim como as performances do vocalista Jonnhy Rotten (Joãozinho Podre, por causa dos dentes estragados) e do baixista Sid Vicious, que morreu de overdose, em Nova Iorque, aos 21 anos, acusado de assassinar a namorada Nancy Spungen.

Com os Pistols, outras bandas punk aparecem. Dessas, a mais importante foi a The Clash, formada em 76.

Da Alemanha, vem um som mais conceitual, uma mistura de música erudita com efeitos eletrônicos, experimentações. Era o Kraftwerk, que pode ser considerado o precursor da eletrônica, juntamente com o Can e o Neu. Daí surge o Krautrock.


Jovens anos 60!

Moda jovem dos anos 60

Hippie moda
istockphoto.com ©
O estilo "hippie" do final dos anos 60
Da mesma forma que os jovens dos anos 60 não queriam ouvir a mesma música, assistir aos mesmos filmes e aceitar os valores do mundo que herdaram, eles também não pretendiam se parecer com seus pais. No princípio da década, essa rebeldia foi simbolizada pelas jaquetas de couro, as calças jeans e os topetes feitos à custa de muita brilhantina, ao estilo dos ícones da juventude transviada dos anos 50. Mas isso nem de longe se comparava ao impacto que apenas 20 cm de tecido teriam. Símbolo de uma verdadeira revolução comportamental, uma pequena peça de vestuário surgida na Europa, chamada minissaia, foi adotada rapidamente pelas garotas em todo o mundo. Ela escancarava o desejo feminino de liberdade e se tornou um símbolo de contestação dos valores vigentes.

Atitude contestatória que se repetiria na segunda metade da década com o comportamento do movimento hippie, que nasceu na Califórnia. E que pregava fazer tudo exatamente ao contrário do que a consumista e conservadora sociedade americana fazia: usar bata, jeans e chinelos, no lugar do terno e gravata; deixar as madeixas compridas, ao invés do corte militar imposto aos jovens obrigados a se alistar no exército; fazer sexo livremente, quando ele só era permitido dentro do casamento e entre indivíduos de sexos opostos; pregar a paz, em uma época que só se promovia a guerra; e usar cores, muitas cores em tudo, ao contrário dos tons apagados que envolviam o mundo.Não demorou muito para que a moda psicodélica lançada pelos hippies chegasse à Europa, onde as garotas circulavam com looks inspirados nas viagens espaciais, com roupas curtíssimas metalizadas e botas brancas de cano longo. Lugar em que os rapazes usavam paletós sem colarinho, blusas com gola rolê e cabelos “tigelinha” com franjões pronunciados, estilo inspirado no visual dos Beatles.

Kombi
istockphoto.com © Tyler Olson
A Kombi com visuais psicodélicos foi um dos símbolos da década de 60

No Brasil, a moda que era comportadíssima no inicio da década também sofreu a influência de tudo o que acontecia no mundo. E o surgimento da Jovem Guarda, em 1967, teve uma grande importância nesse processo. Incorporando várias tendências dos movimentos jovens, ela lançou, além de uma versão pop do rock, uma nova linguagem, forma de se comportar e de se vestir que logo viraram febre entre os jovens brasileiros. Usar expressões como “é uma brasa mora”, “barra limpa”, roupas coloridas, acessórios exagerados, cabelos compridos, minissaias, cantarolar “e que tudo mais vá pro inferno”, passou a ser uma forma que muitos jovens encontraram, ainda que só por diversão, para embarcar na onda de contestação contra o conservadorismo que restava.

Martin
Imagem cedida pelo National Archives and Records Administration
Martin Luther King Jr, um dos ícones dos anos 60, na marcha
pelos direitos civis em Washington (DC), em agosto de 1963


Ícones dos anos 60

Andy Warhol - o artista mais conhecido da Pop Arte imortalizou latas de sopa Campbell e garrafas de Coca-Cola, entre outros produtos de consumo de massa, como obras de arte.

Barbarella – personagem aventureira e erotizada de uma história em quadrinhos criada em 1962, tornou-se ícone do movimento feminista nos anos 60. Levada ao cinema, em 1968, transformou a intérprete Jane Fonda num dos símbolos sexuais da década.

Beatles – banda de rock britânica, formada por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, tornou-se um dos maiores fenômenos musicais não só da década de 60 como também de todo o século 20.

Brigitte Bardot – atriz francesa que se tornou símbolo sexual dos anos 60 ao mostrar mais do que apenas seu belo sorriso no cinema, ao contrário do que era comum entre as divas hollywoodianas.

Corrida espacial – a disputa pela conquista do espaço entre Estados Unidos e União Soviética rolou durante toda a década. Soviéticos saíram na frente com o primeiro vôo orbital bem-sucedido, em 1961. Mas os Estados Unidos foram os primeiros a levar o homem à Lua, com a missão Apollo 11, em 1969.

Festivais de Música Popular Brasileira – os festivais de música transmitidos pela TV na década de 60 transformaram-se um fenômeno de audiência entre os jovens e a principal plataforma de lançamento de tendências e artistas do período.

Hair – Musical produzido em 1967 conta a história de um grupo de hippies e suas aventuras que incluem, obviamente, sexo, drogas e música, além da luta contra o alistamento militar de jovens durante a Guerra do Vietnã.

Lucy in the Sky with Diamonds – música do álbum “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles, causou polêmica graças a uma suposta alusão de suas iniciais ao LSD, droga usada como fonte de inspiração nos anos 60.

Martin Luter King – um dos maiores líderes do ativismo pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e autor do famoso discurso “Eu Tenho um Sonho”. Ele foi assassinado em 1968.

Minissaia – criada na Europa no início da década de 60, o pequeno pedaço de pano foi o símbolo da luta pela emancipação feminina e pela liberdade.

Pílula anticoncepcional – sem esse comprimido bem pequenininho, capaz de evitar a gravidez, a revolução sexual não teria acontecido.

Tropicalismo – movimento artístico que trouxe os conceitos modernistas para as artes no final da década de 60 e que teve como principais personalidades Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé.

Twiggy – considerada a primeira top model do mundo, a modelo britânica inaugurou a era de mulheres magérrimas, com jeito andrógino e cara de menina, que domina o mundo fashion até hoje.

Jovens dos anos 50!

 




Elvis Presley
Seu rebolado virou ícone da geração que iniciou a liberação sexual

A expressão "o ídolo de toda uma geração" não faz mais sentido nos dias de hoje. No passado, as gerações se definiam pelos ícones que as representavam. James Dean era o inspirador da "juventude transviada" dos anos 50. Os Beatles e os Rolling Stones, da turma do "sexo, drogas e rock'n'roll". Madonna, com suas canções e sua atitude, liderava a juventude "com licença, eu vou à luta", da década de 80.

E a geração atual? Pode-se dizer que ela não cola um pôster na parede. Cola vários. O teen de hoje gosta num dia do grupo americano Hanson, em outro dos Backstreet Boys, no terceiro cobre todos eles com um retrato das inglesas Spice Girls. É infiel por natureza. Isso pode chocar os mais velhos, que se acostumaram a passar a adolescência orando para um único roqueiro no altar do quarto.
"Eu era fã de Roberto Carlos e amava os Beatles com a certeza de que seria para sempre", diz a bancária paulista Neise Soares, de 47 anos. "Minha filha não pode dizer o mesmo em relação a ninguém." A filha de Neise é a estudante Flávia Gianesella, de 16 anos. Ela coleciona pôsteres com duas amigas, Nádia Yashimoto, de 17 anos, e Nataly Moura, de 16. As três já idolatraram as Spice Girls, o ator americano Leonardo DiCaprio, os Backstreet Boys e até os Guns N'Roses, do já barrigudo Axl. Elas juntam tudo. Além de pôsteres, camisetas, revistas, livros, figurinhas e até pirulitos. Quando a onda passa, guardam tudo na gaveta e começam outra coleção. Perguntada sobre quem é seu ídolo real, Flávia responde: "Gosto de reggae, black music, Whitney Houston, Rodrigo Santoro, Sandy & Junior..."


Beatles e Rolling Stones
Símbolos da juventude engajada dos anos 60. Os Beatles eram cabeludos, irônicos e provocativos. Os Stones, mais cabeludos, mais irônicos e mais provocativos
Dizer que se trata de uma geração volúvel não passa de simplificação. O que ocorreu, na verdade, é que mudou a relação do adolescente com seu ídolo. Eleger modelos é próprio da idade. Como diz o psiquiatra paulista Jairo Bouer, a idolatria juvenil é despertada já entre os 13 e os 15 anos, com "a descarga de hormônio no sistema nervoso central". A diferença é que, no passado, os ídolos serviam para definir turmas e posavam de guardiães de determinados valores. Quem era fã dos Beatles, que representavam a rebeldia, não podia ser fã dos Rolling Stones, que representavam uma rebeldia ainda maior. No Brasil, quem curtia a jovem guarda não freqüentava shows dos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, e vice-versa. Hoje, a identificação com turmas é muito menor que há dez ou vinte anos. Também saiu de moda o artista que representava um estilo de vida, como James Dean nos anos 50. Hoje, de seus ídolos, os adolescentes querem apenas a diversão. Colecionar figurinhas. Guardar pôsteres. Comprar roupas parecidas. Urrar de paixão nos shows. E depois ir para casa dormir, pensando que amanhã será outro dia. Talvez com um ídolo novo.
 
Madonna
Era a musa da geração "com licença, eu vou à luta", dos anos 80. Sua mensagem - abrir caminho na base da cotovelada - inspirou os jovens que batalhavam por um lugar na sociedade
 
 
Hanson, Backstreet Boys e Spice Girls
Deles, os adolescentes de hoje querem apenas CDs, pôsteres e ingressos para shows. Não estão interessados em suas idéias. Ainda bem

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Anos 60 !

A década de 1960, ou simplesmente década de 60 ou ainda anos 60 foi o período de tempo entre os anos 1960 e 1969. Vários países ocidentais deram uma guinada à esquerda no início da década, com a vitória de John F. Kennedy nas eleições de 1960 nos EUA, da coalizão de centro-esquerda na Itália em 1963 e dos trabalhistas no Reino Unido em 1964. No Brasil, João Goulart virou o primeiro presidente trabalhista com a renúncia de Jânio Quadros.

Visão geral

A década de 60 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50. Os anos 50 foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do Sonho Americano que não conseguia mais empolgar a juventude do planeta. A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60: a literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem dos grandes astros do rock (e que resultaria na surf music) e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda, inclusive no Brasil.
Podemos dizer que a década de 60, seguramente, não foi uma, foram duas décadas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no àmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1968 (porque 1969 já apresenta o estado de espírito que definiria os anos 70), em um tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos. É ilustrativo que os Beatles, banda que existiu durante toda a década de 60, tenha trocado as doces melodias de seus primeiros discos pela excentricidade psicodélica, incluindo orquestras, letras surreais e guitarras distorcidas. "I want to hold your hand" é o espírito da primeira metade dos anos 60. "A day in the life", o espírito da segunda metade.
Nesta época teve início uma grande revolução comportamental como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano II e revoluciona a Igreja Católica. Surgem movimentos de comportamento como os hippies, com seus protestos contrários à Guerra Fria e à Guerra do Vietnã e o racionalismo. Esse movimento foi também a chamado de contracultura. Ocorre também a Revolução Cubana na América Latina, levando Fidel Castro ao poder. Tem início também a descolonização da África e do Caribe, com a gradual independência das antigas colônias.

No Brasil

Em 1960 é inaugurada a cidade de Brasília, nova capital do país, pelo presidente Juscelino Kubitschek. Jânio Quadros sucede Juscelino e renuncia cerca de sete meses depois, sendo substituído pelo então vice-presidente João Goulart. Sob o pretexto das supostas tendências comunistas de Jango, ocorre o golpe militar de 1964, que depõe Goulart e institui uma ditadura militar que duraria 21 anos. No final da década, tem início o período conhecido como "Milagre Brasileiro". O Brasil torna-se bi campeão mundial de futebol, durante a Copa do Mundo FIFA de 1962, no Chile.

Ciência e Tecnologia

Cultura

A cultura foi impulsionada e espelhada, na década anterior, de 50, na qual o mundo todo encontrava-se em mudança cultural nos mais variados grupos sociais.

Música

Os Beatles desembarcando no Aeroporto JFK em Nova Iorque.

 Televisão

Logotipo da Rede Globo.
  • Começam as transmissões de TV em cores no mundo.
  • 1965-A TV brasileira começa a utilizar a tecnologia do vídeo-tape, que permitiu a edição de programas televisivos, reduzindo o risco de erros, comuns nas exibições ao vivo.
  • 1965-Inaugurada a Rede Globo, no Brasil.
  • A televisão passa a se tornar meio de comunicação em massa.
  • 1967-1968 tornam-se os anos do auge dos festivais da canção, no Brasil, que eram uma forma alternativa de expressão político-ideológica da juventude, diante da repressão da ditadura militar.
  • A TV Record lança o programa musical, "Jovem Guarda" (1965-1968), apresentado por Roberto Carlos, com Erasmo Carlos e Wanderléia.

 Filmes

Livros

Os jovens são influenciados pelas idéias de liberdade On The Road, livro do beatnik Jack Kerouac, da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. Pórem,há algo contraditório pelo qual todos nós nos recusamos a accept, then we must join hands and yell "Motherfucker"

 

Líderes

Artistas

Moda :

A Época que Mudou o Mundo

Moda dos Anos 60
Moda dos Anos 60
Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.
A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.
Moda dos Anos 60
Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade "On the Road" [título do livro do beatnik Jack Keurouac, de 1957] da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. O movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo do final da década.
Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.
Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época.
Algumas personalidades de características diferentes, como as atrizes Jean Seberg, Natalie Wood, Audrey Hepburn, Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton, Veruschka ou cantoras como Joan Baez, Marianne Faithfull e Françoise Hardy, acentuavam ainda mais os efeitos de uma nova atitude.
Moda dos Anos 60
Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou". Não há dúvidas de que passou a existir, a partir de meados da década, uma grande influência da moda das ruas nos trabalhos dos estilistas. Mesmo as idéias inovadoras de Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes [estilo safári], foram atualizações das tendências que já eram usadas nas ruas de Londres ou Paris.
Moda dos Anos 60
O sucesso de Quant abriu caminho para outros jovens estilistas, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de la Renta, entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico [que se inspirava em elementos da art nouveau, do oriente, do Egito antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam] ou geométrico e o romântico.
Em 1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.
Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas.
As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.
O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking [lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966].
A alta-costura cada vez mais perdia terreno e, entre 1966 e 1967, o número de maisons inscritas na Câmara Sindical dos costureiros parisienses caiu de 39 para 17. Consciente dessa realidade, Saint Laurent saiu na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prêt-à-porter de luxo, que se multiplicariam pelo mundo também através das franquias.
Com isso, a confecção ganhava cada vez mais terreno e necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.
Nessa época, Londres havia se tornado o centro das atenções, a viagem dos sonhos de qualquer jovem, a cidade da moda. Afinal, estavam lá, o grande fenômeno musical de todos os tempos, os Beatles, e as inglesinhas emancipadas, que circulavam pelas lojas excêntricas da Carnaby Street, que mais tarde foram para a famosa King's Road e o bairro de Chelsea, sempre com muita música e atitude jovens.
Nesse contexto, a modelo Jean Shrimpton era a personificação das chamadas "chelsea girls". Sua aparência era adolescente, sempre de minissaia, com seus cabelos longos com franja e olhos maquiados. Catherine Deneuve também encarnava o estilo das "chelsea girls", assim como sua irmã, a também atriz Françoise Dorléac. Por outro lado, Brigitte Bardot encarnava o estilo sexy, com cabelos compridos soltos rebeldes ou coque no alto da cabeça [muito imitado pelas mulheres].
Moda dos Anos 60 Twiggy, o rosto dos 60
Entretanto, os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy, muito magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel. Ela usou nomes divertidos para seus produtos, como o "Come Clean Cleanser", sempre com o logotipo de margarida, sua marca registrada. As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.
Moda dos Anos 60
O estilo da "swinging London" culminou com a Biba, uma butique independente, frequentada por personalidades da época. Seu ar romântico retrô, aliado ao estilo camponês, florido e ingênuo de Laura Ashley, estavam em sintonia com o início do fenômeno hippie do final dos anos 60.
A moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada, nos início da década, pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam, especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Também em Londres, surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um clássico do guarda-roupa masculino. Muitos adotaram também a japona do pescador e até mesmo o terno de Mao.
No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava botinha sem meia e cabelo na testa [como os Beatles]. A palavra de ordem era "quero que vá tudo pro inferno".
Os avanços na medicina, as viagens espaciais, o Concorde que viaja em velocidade superior à do som, são exemplos de uma era de grande desenvolvimento tecnológico que transmitia uma imagem de modernidade. Essa imagem influenciou não só a moda, mas também o design e a arte que passaria a ter um aspecto mais popular e fugaz.
Moda dos Anos 60 Trabalho de Andy Warhol, símbolo da pop art
Nesse contexto, nenhum movimento artístico causou maior impacto do que a Arte Pop. Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana usaram irreverência e ironia em seus trabalhos. Warhol usava imagens repetidas de símbolos populares da cultura norte-americana em seus quadros, como as latas de sopa Campbell, Elvis Presley e Marilyn Monroe. A Op Art [abreviatura de optical art, corrente de arte abstrata que explora fenômenos ópticos] também fez parte dessa época e estava presente em estampas de tecidos.
No ritmo de todas as mudanças dos anos 60, o cinema europeu ganhava força com a nouvelle vague do cinema francês ["Acossado", de Jean-Luc Godard, se tornaria um clássico do movimento], ao lado do neo-realismo do cinema italiano, que influenciaram o surgimento, no início da década, do cinema novo [que teve Glauber Rocha como um dos seus iniciadores] no Brasil, ao contestar as caras produções da época e destacar a importância do autor, ao contrário dos estúdios de Hollywood.
No final dos anos 60, de Londres, o reduto jovem mundial se transferiu para São Francisco (EUA), região portuária que recebia pessoas de todas as partes do mundo e também por isso, berço do movimento hippie, que pregava a paz e o amor, através do poder da flor [flower power], do negro [black power], do gay [gay power] e da liberação da mulher [women's lib]. Manifestações e palavras de ordem mobilizaram jovens em diversas partes do mundo.
A esse conjunto de manifestações que surgiram em diversos países deu-se o nome de contracultura. Uma busca por um outro tipo de vida, underground, à margem do sistema oficial. Faziam parte desse novo comportamento, cabelos longos, roupas coloridas, misticismo oriental, música e drogas.
No Brasil, o grupo "Os Mutantes", formado por Rita Lee e os irmãos Arnaldo e Sérgio Batista, seguiam o caminho da contracultura e afastavam-se da ostentação do vestuário da jovem guarda, em busca de uma viagem psicodélica.
A moda passou a ser as roupas antes reservadas às classes operárias e camponesas, como os jeans americanos, o básico da moda de rua. Nas butiques chiques, a moda étnica estava presente nos casacos afegãos, fulares indianos, túnicas floridas e uma série de acessórios da nova moda, tudo kitsch, retrô e pop.
Moda dos Anos 60
Toda a rebeldia dos anos 60 culminaram em 1968. O movimento estudantil explodiu e tomou conta das ruas em diversas partes do mundo e contestava a sociedade, seus sistemas de ensino e a cultura em diversos aspectos, como a sexualidade, os costumes, a moral e a estética.
No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar, contra a reforma educacional, o que iria mais tarde resultar no fechamento do Congresso e na decretação do Ato Institucional nº 5.
Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal. Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão. Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação.
Os 60 chegaram ao fim, coroados com a chegada do homem à Lua, em julho de 1969, e com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas.
Fonte: almanaque.folha.uol.com.br
Moda dos Anos 60
Os anos cinquenta chegaram ao fim com uma geração de jovens que vivia no auge da prosperidade financeira e com um clima de euforia consumista gerado nos anos pós-guerra nos EUA. A nova década prometia grandes mudanças de comportamento.
Os anos sessenta viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas ideias de liberdade, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente, era chamada a geração beatnik. Este movimento, que nos anos cinquenta vivia fechado em bares nos EUA, nos anos sessenta passou a caminhar pelas ruas, o que iria influenciar novas mudanças no comportamento jovem, tais como a contracultura e o pacifismo da década. Com isto, a transformação na moda ia ser radical.
Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de vestir passou a ser cada vez mais ligada ao comportamento.
A grande vedeta nos anos sessenta, foi sem dúvida, a mini-saia.
Nesta época Londres tornou-se o centro das atenções, pois era a cidade da moda. Afinal, estavam lá, os Beatles, grande fenómeno musical.
No final dos anos sessenta, o reduto jovem mundial transferiu-se para S. Francisco (EUA), cidade portuária que recebia pessoas de todas as partes do mundo, esta foi também berço do movimento hippie, que pregava a paz e o amor, o poder da flor, do negro, do gay e da mulher.
Estes procuravam um outro tipo de vida em alternativa à cultura dominante. Faziam parte deste novo estilo de vida, os cabelos compridos, um novo comportamento, música, roupas coloridas, misticismo oriental e drogas.
Os anos sessenta terminaram com a chegada do homem à lua.



RoupasAnos60Fotos Roupas Anos 60: Fotos
As roupas dos anos 60 marcaram época, renovando os conceitos de moda e assumindo uma postura desafiadora. Homens e mulheres abandonaram o estilo clássico de se vestir para embalar na rebeldia proposta pelo Rock n’ Roll, um ritmo de sucesso durante a década.
RoupasAnos60Fotos2 Roupas Anos 60: Fotos
A juventude dos anos 60 queria desafiar todos os limites, sendo a principal responsável pelas mudanças radicais que aconteceram no âmbito da moda. Peças de roupas como vestidos rodados e jaquetas de couro passaram a fazer sucesso no mercado, criando um estilo que até hoje ainda influencia as criações de grandes estilistas.
Moda feminina anos 60
RoupasAnos60Fotos1 Roupas Anos 60: Fotos
A mulher passou a valorizar mais o seu corpo durante a década de 60, tendo como base o estilo da maravilhosa Brigitte Bardot. Vestidos rodados e minissaia eram peças que proporcionavam ao visual um ar de menina-moça. Estampas psicodélicas e geométricas também são atribuídas às roupas dessa época. Nos pés, as botas de cano longo começaram a ganhar espaço na moda. Confira fotos:
Moda masculina anos 60
RoupasAnos60Fotos3 Roupas Anos 60: Fotos
O homem também modificou o seu figurino, sob influência dos rapazes dos Beatles. Paletós sem colarinho, calças justas e japona do pescador eram peças que dominavam o guarda-roupa masculino durante a década de 60.