terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jovens anos 60!

Moda jovem dos anos 60

Hippie moda
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O estilo "hippie" do final dos anos 60
Da mesma forma que os jovens dos anos 60 não queriam ouvir a mesma música, assistir aos mesmos filmes e aceitar os valores do mundo que herdaram, eles também não pretendiam se parecer com seus pais. No princípio da década, essa rebeldia foi simbolizada pelas jaquetas de couro, as calças jeans e os topetes feitos à custa de muita brilhantina, ao estilo dos ícones da juventude transviada dos anos 50. Mas isso nem de longe se comparava ao impacto que apenas 20 cm de tecido teriam. Símbolo de uma verdadeira revolução comportamental, uma pequena peça de vestuário surgida na Europa, chamada minissaia, foi adotada rapidamente pelas garotas em todo o mundo. Ela escancarava o desejo feminino de liberdade e se tornou um símbolo de contestação dos valores vigentes.

Atitude contestatória que se repetiria na segunda metade da década com o comportamento do movimento hippie, que nasceu na Califórnia. E que pregava fazer tudo exatamente ao contrário do que a consumista e conservadora sociedade americana fazia: usar bata, jeans e chinelos, no lugar do terno e gravata; deixar as madeixas compridas, ao invés do corte militar imposto aos jovens obrigados a se alistar no exército; fazer sexo livremente, quando ele só era permitido dentro do casamento e entre indivíduos de sexos opostos; pregar a paz, em uma época que só se promovia a guerra; e usar cores, muitas cores em tudo, ao contrário dos tons apagados que envolviam o mundo.Não demorou muito para que a moda psicodélica lançada pelos hippies chegasse à Europa, onde as garotas circulavam com looks inspirados nas viagens espaciais, com roupas curtíssimas metalizadas e botas brancas de cano longo. Lugar em que os rapazes usavam paletós sem colarinho, blusas com gola rolê e cabelos “tigelinha” com franjões pronunciados, estilo inspirado no visual dos Beatles.

Kombi
istockphoto.com © Tyler Olson
A Kombi com visuais psicodélicos foi um dos símbolos da década de 60

No Brasil, a moda que era comportadíssima no inicio da década também sofreu a influência de tudo o que acontecia no mundo. E o surgimento da Jovem Guarda, em 1967, teve uma grande importância nesse processo. Incorporando várias tendências dos movimentos jovens, ela lançou, além de uma versão pop do rock, uma nova linguagem, forma de se comportar e de se vestir que logo viraram febre entre os jovens brasileiros. Usar expressões como “é uma brasa mora”, “barra limpa”, roupas coloridas, acessórios exagerados, cabelos compridos, minissaias, cantarolar “e que tudo mais vá pro inferno”, passou a ser uma forma que muitos jovens encontraram, ainda que só por diversão, para embarcar na onda de contestação contra o conservadorismo que restava.

Martin
Imagem cedida pelo National Archives and Records Administration
Martin Luther King Jr, um dos ícones dos anos 60, na marcha
pelos direitos civis em Washington (DC), em agosto de 1963


Ícones dos anos 60

Andy Warhol - o artista mais conhecido da Pop Arte imortalizou latas de sopa Campbell e garrafas de Coca-Cola, entre outros produtos de consumo de massa, como obras de arte.

Barbarella – personagem aventureira e erotizada de uma história em quadrinhos criada em 1962, tornou-se ícone do movimento feminista nos anos 60. Levada ao cinema, em 1968, transformou a intérprete Jane Fonda num dos símbolos sexuais da década.

Beatles – banda de rock britânica, formada por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, tornou-se um dos maiores fenômenos musicais não só da década de 60 como também de todo o século 20.

Brigitte Bardot – atriz francesa que se tornou símbolo sexual dos anos 60 ao mostrar mais do que apenas seu belo sorriso no cinema, ao contrário do que era comum entre as divas hollywoodianas.

Corrida espacial – a disputa pela conquista do espaço entre Estados Unidos e União Soviética rolou durante toda a década. Soviéticos saíram na frente com o primeiro vôo orbital bem-sucedido, em 1961. Mas os Estados Unidos foram os primeiros a levar o homem à Lua, com a missão Apollo 11, em 1969.

Festivais de Música Popular Brasileira – os festivais de música transmitidos pela TV na década de 60 transformaram-se um fenômeno de audiência entre os jovens e a principal plataforma de lançamento de tendências e artistas do período.

Hair – Musical produzido em 1967 conta a história de um grupo de hippies e suas aventuras que incluem, obviamente, sexo, drogas e música, além da luta contra o alistamento militar de jovens durante a Guerra do Vietnã.

Lucy in the Sky with Diamonds – música do álbum “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles, causou polêmica graças a uma suposta alusão de suas iniciais ao LSD, droga usada como fonte de inspiração nos anos 60.

Martin Luter King – um dos maiores líderes do ativismo pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e autor do famoso discurso “Eu Tenho um Sonho”. Ele foi assassinado em 1968.

Minissaia – criada na Europa no início da década de 60, o pequeno pedaço de pano foi o símbolo da luta pela emancipação feminina e pela liberdade.

Pílula anticoncepcional – sem esse comprimido bem pequenininho, capaz de evitar a gravidez, a revolução sexual não teria acontecido.

Tropicalismo – movimento artístico que trouxe os conceitos modernistas para as artes no final da década de 60 e que teve como principais personalidades Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé.

Twiggy – considerada a primeira top model do mundo, a modelo britânica inaugurou a era de mulheres magérrimas, com jeito andrógino e cara de menina, que domina o mundo fashion até hoje.

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